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Palabra del Ejército Zapatista de Liberación Nacional

Nov132023

Nona parte: A Nova Estrutura da Autonomia Zapatista.

Nona parte: A Nova Estrutura da Autonomia Zapatista.

Novembro de 2023.

Irmãs, irmãos e companheiras e companheiros:

Vou tentar explicar como reorganizamos a autonomia, ou seja, a nova estrutura da autonomia zapatista. Explicarei mais detalhes mais tarde. Ou talvez não explicarei mais, porque o que importa é a prática. Claro que também podem vir ao aniversário e ver as peças de teatro, canções, poesias e as expressões de arte e cultura desta nova etapa da nossa luta. Se não, os Tercios Compas enviarão fotos e vídeos. Em outro momento, contarei o que vimos de bom e de ruim na avaliação crítica dos MAREZ e JBG. Por agora, só direi como fica. Vamos lá:

Primeiro. – A base principal, que não é apenas onde se sustenta a autonomia, mas também sem a qual as outras estruturas não podem funcionar, é o Governo Autônomo Local, GAL. Há um GAL em cada comunidade onde habitam bases de apoio zapatistas. Os GAL zapatistas são o núcleo de toda a autonomia. São coordenados pelos agentes e comissários autônomos e estão sujeitos à assembleia do povo, rancharia, comunidade, localidade, bairro, ejido, colônia, ou como cada população se autodenomina. Cada GAL controla seus próprios recursos organizativos autônomos (como escolas e clínicas) e a relação com povos irmãos não-zapatistas vizinhos. E controla o bom uso do pagamento. Também detecta e denuncia más administrações, corrupções e os erros que possam existir. E está atento àqueles que se querem passar por autoridades zapatistas para pedir apoios ou ajudas que usam para benefício próprio.

Então, se antes havia algumas dezenas de MAREZ, ou seja, Municípios Autônomos Rebeldes Zapatistas, agora há milhares de GAL zapatistas.

Segundo. – De acordo com suas necessidades, problemas e avanços, vários GAL se convocam em Coletivos de Governos Autônomos Zapatistas, CGAZ, e aqui discutem-se e tomam-se decisões sobre assuntos que interessam aos GAL convocantes. Quando assim determinem, o Coletivo de Governos Autônomos convoca uma assembleia das autoridades de cada comunidade. Aqui se propõem, discutem e aprovam ou rejeitam os planos e necessidades de Saúde, Educação, Agroecologia, Justiça, Comércio, e outros que forem necessários. No nível do CGAZ estão os coordenadores de cada área. Não são autoridades. Seu trabalho é garantir a execução das tarefas solicitadas pelos GAL ou que se vejam necessárias para a vida comunitária. Como, por exemplo: campanhas de medicina preventiva e vacinação, campanhas para doenças endêmicas, cursos e capacitação especializada (como técnicos em laboratório, raios-X, ultrassom, mamografias e o que mais aprendermos), de alfabetização e níveis superiores, encontros esportivos, culturais, festividades tradicionais, etc. Cada região ou CGAZ tem seus diretores, que são os que convocam assembleias se houver algum problema urgente ou que afete várias comunidades.

Ou seja, onde antes havia 12 Juntas de Bom Governo, agora haverá centenas.

Terceiro. – Seguem-se as Assembleias de Coletivos de Governos Autônomos ZAPATISTAS, ACGAZ. Que são o que antes se conhecia como zonas. Mas não têm autoridade, dependem dos CGAZ. E os CGAZ dependem dos GAL. A ACGAZ convoca e preside as assembleias de zona, quando necessárias segundo as solicitações de GAL e CGAZ. Têm sua sede nos caracóis, mas movem-se entre as regiões. Ou seja, são móveis, de acordo com as demandas de atenção dos povos.

Quarto. – Como poderá ser visto na prática, o Comando e Coordenação da Autonomia foram transferidos das JBG e MAREZ para os povos e comunidades, para os GAL. As zonas (ACGAZ) e as regiões (CGAZ) são comandadas pelos povos, devem prestar contas aos povos e buscar formas de atender às suas necessidades em Saúde, Educação, Justiça, Alimentação e outras que surjam por emergências causadas por desastres naturais, pandemias, crimes, invasões, guerras e as demais desgraças impostas pelo sistema capitalista.

Quinto. – Reorganizamos a estrutura e disposição do EZLN de modo a aumentar a defesa e segurança das comunidades e da mãe terra em caso de agressões, ataques, epidemias, invasão de empresas predatórias da natureza, ocupações militares parciais ou totais, catástrofes naturais e guerras nucleares. Preparamo-nos para que nossos povos sobrevivam, mesmo isolados uns dos outros.

Sexto. – Entendemos que possam ter dificuldades para assimilar isso. E que, por um tempo, terão dificuldades para entender. Nós levamos 10 anos para pensar nisso, e desses 10 anos, 3 foram para prepará-lo para a prática.

Também entendemos que possa parecer que seu pensamento está confuso. Por isso é necessário que mudem seu canal de entendimento. Apenas olhando muito longe, para trás e para frente, será possível entender o passo presente.

Esperamos que compreendam que é uma estrutura nova de autonomia, que estamos apenas aprendendo e que levará um pouco de tempo para funcionar bem.

Na verdade, este comunicado tem apenas a intenção de dizer que a autonomia zapatista continua e avança, que achamos que estará assim melhor para os povos, comunidades, paragens, bairros, colônias, ejidos e rancherias onde vivem, ou seja, lutam as bases de apoio zapatistas. E que foi decisão deles, levando em conta suas ideias e propostas, suas críticas e autocríticas.

Também, como se verá, esta nova etapa da autonomia é feita para enfrentar o pior da Hidra, sua bestialidade mais infame e sua loucura destrutiva. Suas guerras e invasões empresariais e militares.

Não existem para nós fronteiras nem geografias distantes. Tudo o que acontece em qualquer canto do planeta nos afeta e diz respeito, nos preocupa e dói. Na medida de nossas muito pequenas forças, apoiaremos seres humanos em desgraça, sem importar sua cor, raça, nacionalidade, crença, ideologia e língua. Embora não saibamos muitos idiomas nem entendamos muitas culturas e modos, sabemos compreender o sofrimento, a dor, a pena e a digna raiva provocada pelo sistema.

Sabemos ler e escutar os corações irmãos. Continuaremos tentando aprender com eles, com suas histórias e suas lutas. Não só porque sofremos isso por séculos inteiros e sabemos o que é. Também e principalmente porque, como há 30 anos, nossa luta é pela vida.

Certamente cometemos muitos erros em todos esses anos. Com certeza faremos mais nos próximos 120 anos. Mas NÃO nos renderemos, NÃO mudaremos de caminho, NÃO nos venderemos. Sempre estaremos revisando com olhar crítico nossa luta, seus tempos e modos.

Sempre estarão nosso olhar, nosso ouvido, nossa cabeça e nosso coração, dispostos a aprender de outros que, embora diferentes em muitas coisas, têm nossas mesmas preocupações e semelhantes anseios por democracia, liberdade e justiça.

E sempre buscaremos o melhor para nossos povos e para as comunidades irmãs.

Somos, pois, zapatistas.

Enquanto houver ao menos um, uma, umoa zapatista em qualquer canto do planeta, resistiremos em rebeldia, ou seja, lutaremos.

Que vejam aí amigos e inimigos. E os que não são nem uma coisa nem outra.

Só isso por enquanto.

Das montanhas do Sudeste Mexicano.

Subcomandante Insurgente Moisés.
México, novembro de 2023.
Mais de 500, 40, 30, 20, 10 anos depois.

  1. S. – Aqui deixo um desenho para ver se se entende um pouco.
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