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Palabra del Ejército Zapatista de Liberación Nacional

May242017

O MUNDO CAPITALISTA É UMA FAZENDA AMURALHADA

O MUNDO CAPITALISTA É UMA FAZENDA AMURALHADA

Palavras do Subcomandante Insurgente Moisés, quarta 12 de abril de 2017.

Boa noite, boa tarde, bom dia, dependendo de onde nos escutam.

Irmãos, irmãs, companheiros, companheiras:

O que vou contar não é o que acredito, mas sim o que nos disseram nossos bisavôs e avôs e bisavós e avós.

Conversei com um de nossos bisavôs que, ele diz, que tem 140 anos. Por mim, meu cálculo, por aí dos 125 anos. A gente tem que estar muito próximo ao ouvido dele, para que te escute. Mais ou menos como vinte e tantos, entre bisavôs e bisavós, que conversei. Lhes estivemos perguntando –porque estavam aí companheiros do Comité Clandestino também— e, então, acontece que a parte que estava dizendo o Sub Galeano, vem uma parte real do que nos disseram eles e elas.

Por exemplo, a telha que faziam antes aos latifundiários–ou seja os donos das fazendas, os fazendeiros, o patrão como dizem eles–, tinham que entrar sacos de excremento de cavalo. E isso o secam. Depois de ter secado, transformam em pó com um pilão de pau, amassam. E para isso, então, misturam com barro para fazer a telha, para fazer os tijolos ou os adobes com os que se construiu sua casa aos patrões, os fazendeiros.

O bisavô disse que ele se lembra, porque é por tarefa. Tarefa quer dizer que tem que entregar tantos sacos cada um deles. O que faziam é que mesmo quando já tinham desareado o cavalo, tinham que trazer, escorrendo a água em suas costas. A coisa é que é de entregar os sacos de tarefa que pede o patrão.

Então, aprenderam daí também para fazer suas casinhas. Igual os usaram. Lhe dizem parede de barro, bajareque, se diz. Então, igual aprenderam eles, mas é mais pequeno.

Então, o que vou contar mais é daí de onde vem a ideia nossa, como zapatistas que somos, que vemos e o estudamos como é que estamos agora dos que nos exploram. Então, resumindo vou dizer porque isso é o que nos vai ajudar a entender o que aconteceu antes e como estamos hoje, e como será que seguirá.

Então, dizem nossos avôs, bisavôs, bisavós e avós: o patrão é o dono das fazendas, muitas fazendas. Todos os patrões têm seus jagunços, seus mordomos e seus capatazes. Esses três, quatro com o patrão.

Nos contam que das fazendas há de 15 mil, de 20 mil e de 25 mil hectares. E que há fazendas de diferentes trabalhos. Há fazendas, é um só trabalho, cafeteira. E há fincas que são cafeteiras, pecuárias, de milho, de feijão, de cana… diferentes trabalhos.

Nos contam também seu modo de como explorar. Nos contam que há fazendeiros ou latifundiários que nunca lhes pagaram nada. Todo o tempo de sua vida se entregaram ao trabalho. Outros nos contam que só o domingo podiam folgar; todos os outros dias são para o patrão. Nos contam outros que lhes davam uma semana para o patrão e uma semana para eles. É uma manhã, é um truque, porque –nos contam– que essa semana que supostamente é para eles, nossos bisavôs e bisavós, nos contam que do que colhiam, do que encontram essa semana (seja feijão, milho, alguns animaizinhos que vão juntando), na hora de que vendem tem que dar a metade ao patrão e lhes fica a outra metade.

Nos contam que quando o patrão quer ver se está completo seu gado, tem que ir a trazê-lo, acarreando os animais e encurralá-los. Nos contam que, então, se falta algum dos seus animais do patrão, os encargados tem que sair a procura-los e tem que entregá-lo vivo ou morto. ¿Como pede o patrão, ou seja, o latifundiário, que o comprova que está morto? Tem que trazer-lhe o pedaço do coro, para que então o patrão se dê conta de que realmente está morto já seu animal. Se não os encontram, tem que procurá-los até que os encontrem seja vivos ou mortos.

E o patrão, quando vai os vender, então os organiza por grupos aos trabalhadores, levando tantas cabeças de animal. Seja de dez, vinte pessoas, homens, com tantas cabeças de animal que tem que levar. O patrão os conta antes de sair e o patrão os conta ao receber onde quer que chegue o animal. Cada pessoa tem que entregar completo. Senão o entrega completo, eles têm que pagar o que está encarregado.

Nos contam que o curral, quando o patrão assim quer, é feito de pedra, o curral. E senão, é com madeira lavrada com machado. E dizem que tem que ser madeira de puro coração. Quer dizer que é o mais duro da madeira, para que não se apodreça rápido. Então, não aceitam que seja macio. O patrão não os recebe.

Nos contam também que quando se sai a vender porcos (não o patrão, mas sim o animal: os suínos, os leitões), se tem que fazer igual que com o gado. Só que aí sim tem diferença, dizem os avôs e os bisavôs. Dizem que tem que levar a partida na noite, porque sentem calor os suínos. Então, sua lâmpada, sua luz, como dizemos nós, é o tição. Levam vários tições para que seja sua lâmpada para caminhar de noite. Igual, com quantidades de porcos de cada encarregado. E se é que então querem avançar de dia, tem que levar carregando a agua para molhar os porcos, ou seja, para esfriá-los para que não sofram o calor.

Nos contam que as mulheres, as avós e as bisavós nos contam que o patrão tem sua forma de como quer. Por exemplo, dizem as avós e as bisavós que quando é trabalho forte tem que ir as mulheres casadas. ¿Qual é seu trabalho? Moer café, moer sal por sacos. E então nos contam que aí vão as mamães com seus filhos e para moer o sal tem que ser com o pilão de pedra. E aí estão os jagunços, os mordomos e os capatazes e a patroa e o patrão. Aí levam seu bebê e não deixam que atenda ao bebê que está em suas costas chorando y chorando, porque está aí o patrão e ela tem que fazer sua tarefa. Então, até que o patrão ou a patroa se fique com vontade de ir ao banheiro, é quando aproveita a mãe para amamentar seu filho.

Nos contam que o patrão pede que vá puras moças para atender aí em sua casa na fazenda, para diferentes trabalhos. Mas uma de suas manhas do patrão é que escolhe a uma moça e lhe diz: “você, quero que vá estender a cama do meu quarto”, as cobertas. E na hora que entra a moça, aí vai também o patrão assediá-la. Mas, então, as escolhe. E nos contam também que se quer, as agarra.

Nos contam também isso que já lhes disse de que estão moendo o café, de que estão moendo o sal, o pagamento que lhe dava o patrão eram três pedaços de carne de vaca, mas das que estão mortas. Esse é o pagamento.

Nos contam também que as crianças também lhes dão trabalho. Ninguém se salva disso. Lhe dizem “porteiro”, assim puseram o nome “porteiro”. O trabalho dessas crianças de seis anos é moer o nixtamal sem cal, que é para os cachorros, os porcos e os frangos. Terminando isso têm que carregar água, que muitas vezes tiveram que fazê-lo em suas costas com um barril, dizem. O barril é de madeira que se tira, se faz um buraco, o perfuram. De 18 a vinte litros cabem nesse barril. É o que têm que carregar as crianças, para que o patrão lave suas mãos, a use para tomar banho, para o que queira. Terminando isso, se encarregam de trazer lenha. Terminando de trazer lenha, se encarregam de desgranar o milho.

Nos contam também que os velhinhos, os que já não podem trabalhar no campo, as velhinhas… ninguém se salva. Os velhinhos vão trazer uma planta que chamamos “ixchte”. Então, do que se encarregam os velhinhos é de raspá-la para que saia o fio. Um grupo se encarrega disto, de raspá-lo. E outro grupo dos velhinhos se encarrega de fazer o fio, em laço. E outro grupo dos velhinhos fazem as redes. Assim está a serie o trabalho dos velhinhos. ¿E as velhinhas? Um grupo se encarrega de desfiar o algodão. E outro grupo faz o fio e outro grupo tece para fazer o pano. E esse pedaço de pano que é o que depois compram nossos bisavôs, nossas bisavós, para se tapar. Nos contam que a roupa que usaram era nada mais para se tapar a parte principal, só isso, não é assim como estamos agora.

Nos contam do castigo. O castigo, tem de várias maneiras. Uma é que o patrão desde antes tem o milho misturado com o feijão. Então, o patrão o que faz é que os rega aí na terra e te diz que você tem que separar o milho e o feijão. Sabe –assim nos contam— o patrão que não vai poder. Porque além disso te dá o tempo. E o tempo que te dá o patrão, diz: “eu vou cuspir, no tempo que se seque minha saliva, é o tempo em que quero que você separe o milho misturado com o feijão”. Pois, como a gente vai fazer?

Então, como a gente não pode com esse tipo de castigo, aí ao lado está preparado o terreno, onde o patrão tem juntado pedrinhas. Aí nesse lugar é onde a gente vai ajoelhar, porque não conseguiu separar o feijão misturado com o milho. Aí vai ajoelhar. E não pode levantar até o momento em que queira o patrão. Se você se levanta, é que não está aceitando teu castigo. Então, se você aguanta isso, então aí é onde vem o chicote. Vou dizer tal como disseram os avôs. Disseram que então o patrão, quando se morria um touro, tiravam o penes do touro e o secavam e esse é o que usam para chicotear os seus trabalhadores. Então, na hora que você está ajoelhado aí, vem o patrão a te chicotear e não pode levantar, porque dizem –nos contam— que se você levanta, é pior. E dizem –nos contam— que dá vontade de levantar pela dor do chicote que te estão batendo e pela dor dos joelhos que já não aguanta e tem que levantar.

E na hora que você levanta, aí estão já os jagunços, os mordomos e os capatazes que são os que te pegam e te amarram as duas mãos e os pés nas vigas da casa até que o patrão acaba sua vontade de chicotear ou até quando percebem que –como dizem os avôs— a pessoa fica machucado. Isso quer dizer que fica desmaiado, inconsciente já. Então, até aí te deixa já o patrão.

Nos contam que os trabalhos que fazem tudo é por tarefa. Não há nada que não seja por tarefa o que se faz. E tudo com os jagunços, com os mordomos e com os capatazes. Nos contam por exemplo do cafezal. Quando é tempo de colheita de café, todos e todas e é por tarefa a quantidade que você tem que entregar. E as crianças que não podem, não alcançam os pés de café onde está o grão, seu trabalho é juntar tudo o que está caído. Quando já não é tempo de colheita de café, vem os diferentes trabalhos: um grupo se encarrega de limpar o cafezal, ou seja, o monte; outro grupo se encarrega do que chamam de “encajado”, o seja, a cada mata de café tem que fazer um buraco onde vão pôr o abono; outro grupo se encarrega da limpada do pé de café, porque o pé tem brotos no seu talo e então tem que cortar todos. E dizem nossos avôs e bisavôs –nos contam— que a mão machuca, então, o que fazem é que queimam o sabuco de milho, porque fica afiado na hora que se queima e com isso cortam os brotos, porque passa o capataz para ver se está ficando bom. E se não, tem que fazer de novo. E se não, castigo.

Nos contam também que outro grupo se encarrega de podar o café; não devem de estar brotos nos pés de café. Nos contam também que há outro grupo de “desombrada”, dizem. Ou seja, que se há árvores acima, tem que tirar a sombra; só o necessário, como diz o patrão.

Nos contam também que em todas as fazendas que houve, que há –porque ainda tem fazendas— sempre está aí a ermitã, dizem. Então, na hora do rezo, nessas cadeiras e bancos que há aí não podem sentar nossos bisavôs. Se é que então estão sentados aí, os tiram a empurrões. E o sacerdote aí está olhando e não diz nada. Só sentam aí os que são patrões ou os que são mestiços. E se querem sentar eles, é o chão.

Nas cidades –nos contam– não permitem ir vender o pouco que têm nossos bisavôs, nossas bisavós. Nos contam que é porque dizem que eles deixam a cidade feia. Não permitem que eles vão no centro. Então o que fazem os mestiços é tapar a periferia da cidade. Aí lhes levam tudo quando querem e senão lhes pagam o que eles querem.

Nos contam os bisavôs que nesses tempos não existiam rodovias, somente estradas com cavalo. Então, quando a mulher do patrão queria ir para a fazenda, não usava o cabalo com a carroça, porque “o animal é animal, não pensa”. Pode sofrer um acidente sua mulher. Então, o que fazem, igual: um grupo vai para a cidade e traz carregando a mulher do patrão. Mas além disso tem que trazer mercadorias, então, vai um grupo e revezam a carga. E chegando na fazenda, o patrão pregunta a mulher se não aconteceu nada. E também preguntam aos que foram de carregadores se não houve algum acidente. Assim para chegar e assim para o retorno.

Assim um monte de coisas mais que nos contaram. Por exemplo, aí nos mostraram o centavo que lhes pagavam antes. Nos contam que quando o patrão começou a querer pagar um pouco, que ganhavam um centavo ao dia. Nos mostraram. Nos disseram também que já não aguentavam os maltratos que lhes faziam. Dizem que, então, trataram de organizar, de procurar terra onde ir viver. Então, os patrões, os latifundiários souberam que se escapavam da fazenda e começaram a investigar onde foram. E nos contam os bisavôs que então são os mesmos patrões que se disfarçam de ser soldados. Eles vão ir então a desalojar, a destruir, a queimar a casinha que estão construindo, onde querem viver os bisavôs e as bisavós.

Nos contam que assim aconteceu. E é aí onde descobriram que o patrão –porque um dos bisavôs havia passado em várias fazendas— estava disfarçado de soldado. E nos contam que destruíram as palhoças que tinham e reuniu os que foram fazer o povoado e lhes disseram: “¿quem encabeçou isto?” Assim disseram os soldados: “¿quem encabeçou isto? Se vocês não vão dizer quem foi, todos vocês vão ter que ser castigados”. Então, aí foi onde disseram: “fulano de tal”, o que teve a ideia de fugir da fazenda, de procurar onde viver. Então disseram: “você vai a pagar 50 pesos”. E nos contam que para encontrar 50 pesos –o ano disse porque está dizendo o bisavô que tem 140 anos, quer dizer que 140 anos atrás de hoje que estamos falando–, então, nos dizem que para juntar 50 pesos tem que ser um ano para juntar 50 pesos.

Então perceberam que está difícil que alguém queira encabeçar para poder se salvar do sofrimento. Mas também nos contaram que então perceberam que está assim, então, o que fizeram foi não dizer quem foi, mas sim o grupo. Tornaram a construir… a buscar outro terreno e a construir suas casinhas, mas agora sim, todos foram os que dirigiram. Nada de que alguém foi quem encabeçou. Ou seja, foi coletivo. É assim como empeçaram conseguir onde viver.

Então, ¿por que estamos contando isto? Nós zapatistas vemos que hoje estamos entrando de novo nisto. No capitalismo hoje não existem países. Assim vemos. Vai virar fazenda o mundo. Vai ficar em pedaços, dizemos que o país México, o país Guatemala –como dizemos–. Mas vai ser um grupo só de patrões-governo. Todos esses que dizem que são governo de Peña Nieto… Nah, nah… dizemos nós. Já não é governo. Porque o que manda já não é o que manda. O que manda é o patrão capitalista. Esses governos que se dizem: o do Peña Nieto, o da Guatemala, que o de El Salvador e todos os outros são capatazes. Os mordomos: Os governadores. Os presidentes municipais são os jagunços. Todos estão ao serviço do capitalismo.

Vemos que então não se necessita muito que estudar sobre como entender como está. Porque então, por exemplo, essa lei, essa nova lei da estrutura, nova lei estrutural que fizeram aqui no México, nós não acreditamos que são os deputados e os senadores que a fez. Não engolimos isso. Isso foi ditado pelo patrão: o capitalismo. Porque eles são os que querem fazer de novo, como fizeram seus tataravôs também. Mas agora pior.

Por isso falamos disso no começo. Estamos falando que, por exemplo, Absalón Castellanos Domínguez, o ex general, tinha fazendas aqui em Chiapas e tinha fazenda ou tem fazenda em Oaxaca. Estamos falando de 5 mil, de 10 mil hectares. Aqui, o capitalismo agora, uma fazenda, quando o patrão capitalista diz: “vou na minha fazenda a mexicana, vou na minha fazenda a guatemalteca, vou na minha fazenda a haitiana, vou na minha fazenda a costarriquense… todos os países capitalistas subdesenvolvidos vai ser a fazenda.

Quer dizer que o capitalismo vai transformar o mundo em uma fazenda, o patrão, o que quer governar, a que quer governar, se é que vamos permitir. E nossa pregunta dos zapatistas: ¿por que eles –ou seja os capitalistas–, por que eles mudam o jeito de fazer a exploração? ¿Por que nós não mudamos o jeito de lutar para salvar-nos?

Por isso eu disse que nossos bisavôs fizeram, onde viemos os indígenas. Nos disseram isso que então falharam quando disseram isso que “fulano de tal nos dirigiu”. Mas não desanimaram. Buscaram uma forma de seguir lutando para sair de onde está o patrão, e disseram: “ninguém nos dirigiu”, “todos somos nós”.

Então, ¿por que nós agora? Porque o capitalismo agora faz sofrer já não só nós os que somos indígenas aqui no mundo. Estamos sofrendo, agora sim, os do campo e da cidade. Ou seja, indígenas e não indígenas. Então, ¿o que vamos fazer?

Aqui nós, as, os zapatistas que vivemos assim pois ¡na merda do capitalismo! Que ainda estamos lutando, que continuamos luchando e vamos continuar lutando… Pequeno como estamos, mas estamos mostrando que então –como nos ensinaram os bisavôs— que sim há forma de como. Estamos com nossa pequenina liberdade. Falta que libertemos o México. Mas dizemos que então, ¿como vamos a libertar o mundo?

Mas aqui, neste pedacinho de mundo, em Chiapas, têm sua liberdade os companheiros e as companheiras para o que se queira fazer. Têm nas suas mãos tudo o que significa ser autônomo, independente.

Mas, ¿como vamos fazer? O que vamos fazer? Porque agora vemos isso que estamos dizendo que o mundo vai converter-se, o capitalismo quer torna-lo sua fazenda.

Então, aí pensem, aí reflitam, aí analisem. Vejam onde vivem, onde estão, se não estão aí na merda do capitalismo e o que fazer com isso. Porque isso é o que está fazendo o capitalismo agora.

E vai continuar sua palavra o Subcomandante Insurgente Galeano.

 

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