correoslista de correosrecibe automáticamente las actualizaciones a tu correosíguenos en tuitersíguenos en facebook siguenos en youtubesíguenos en Vimeo

enlaceZapatista

Palabra del Ejército Zapatista de Liberación Nacional

Ene242017

Declaração do V Congresso Nacional Indígena

E ESTREMECEU! INFORME DESDE O EPICENTRO…

Aos Povos Originários do México

À Sociedade Civil do México e do Mundo

 À Sexta Nacional e Internacional

Aos Meios Livres de Comunicação

Irmãos, Irmãs

É o momento dos povos, de semear-nos e reconstruir-nos. É o momento de passar à ofensiva e é este o acordo que se projeta nos nossos olhos, nos indivíduos, nas comunidades, nos povos, no Congresso Nacional Indígena; é tempo de que a dignidade governe este país e este mundo e em seu rastro floresçam a democracia, a liberdade a justiça.

Damos a conhecer que na segunda etapa do V CNI avaliamos minuciosamente o resultado da consulta aos povos que somos o Congresso Nacional Indígena e que aconteceu nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016, nos quais de todos os modos, as formas e as línguas que nos representam na geografia de este país emitimos acordos de assembleias comunais, camponesas,  de coletivos, municipais, intermunicipais e regionais, que mais uma vez nos levam a entender e assumir com dignidade e rebeldia a situação pela que atravessa nosso país, nosso mundo.

Saudamos as mensagens de apoio, de esperança e de solidariedade que deram intelectuais, coletivos e povos que refletem esperança ante nossa proposta à que denominamos “Que Estremeça em Seus Centros a Terra” e que levamos a público na primeira etapa do V CNI, saudamos também as vozes críticas, muitas delas com argumentos fundamentalmente racistas, que refletem uma indignação raivosa e desprecio por pensar em que uma mulher indígena pretenda não só contender em uma eleição presidencial, senão propor mudar realmente, desde baixo, a este doído país.

A todos eles, lhes dizemos que na realidade estremeceu a terra e nós com ela, e que pretendemos sacudir a consciência da nação, que na verdade pretendemos que a indignação, a resistência e a rebeldia figurem nas cédulas eleitorais de 2018, más que não é nossa intenção competir em nada com os partidos e toda a classe política que ainda nos devem muito; cada morto, desaparecido, preso, cada despejo, cada repressão e cada desprecio. Não nos confundam, não pretendemos competir com eles porque não somos o mesmo, não somos suas palavras mentirosas e perversas. Somos a palavra coletiva de baixo e à esquerda, essa que sacode o mundo quando a terra estremece com epicentros de autonomia, e que nos fazem tão orgulhosamente diferentes que:

  1. Enquanto o país está submergido no medo e o terror que nasce entre milhares de mortos e de desaparecidos, nos  municípios da montanha e costa de Guerrero nossos povos têm criado condições de segurança e justiça verdadeira; em Santa Maria Ostula, Michoacán, o povo Nahua tem-se unido com outras comunidades indígenas para manter a segurança nas mãos dos povos, onde o epicentro da resistência é a assembleia comunal de Ostula, garante a ética de um movimento que tem permeado já os municípios de Aquila, Coahuayana, Chinicuila e Coalcomán. Na meseta purépecha a comunidade de Cherán tem demostrado que com organização, expulsando aos políticos de sua estrutura de mau governo e exercendo suas próprias formas de segurança e governo é possível não só construir a justiça, mas também que igual que em outras geografias do país só desde baixo, desde a rebeldia se reconstroem novos pactos sociais, autónomos e justos, e não deixamos nem deixaremos de construir desde baixo a verdade e a justiça negada para os 43 Estudiantes da normal de Ayotzinapa, Guerrero, desaparecidos, os 3 companheiros Estudiantes que foram assassinados e os companheiros feridos, todos pelo narco-governo mexicano e suas forças repressivas. Enquanto tanto os maus governos criminalizam a luta social, a resistência e a rebeldia, perseguindo, assediando, desaparecendo, prendendo e assassinando a homens e mulheres cabais que lutam por causas justas.
  2. Enquanto a destruição alcança todos os cantos do país, sem conhecer limites afastando a pertença à terra e ao sagrado, o povo Wixárika, junto com os comités em defesa da vida e da água do altiplano potosino tem nos mostrado que se pode defender um território, seu meio ambiente e equilíbrios com base em reconhecer-se com a natureza, com uma visão sagrada que renova cada dia os vínculos ancestrais com a vida, a terra, o sol e os antepassados, abarcando 7 municípios no território sagrado cerimonial de Wirikuta em San Luis Potosí.
  3. Enquanto os maus governos deformam as políticas do Estado em relação a educação sujeitando-a ao serviço das corporações capitalistas para que esta deixe de ser um direito, os povos originários criam escolas de nível fundamental, de segundo grau e universidades com sistemas educativos próprios, baseados na proteção da nossa mãe terra, na defesa territorial, na produção, nas ciências, nas artes, em nossas línguas, lembrando que a maioria desses processos criados sem apoio de nenhum nível do mau governo, está ao serviço de todas e todos.
  4. Enquanto os meios de comunicação capitalistas, porta voz daqueles que prostituem cada uma das palavras que difundem e enganam mantendo dormindo aos povos do campo e da cidade, fazendo passar por delinquentes aqueles que pensam e defendem o que é seu e sempre são considerados como os maus, os vândalos, os inadaptados. Em quanto que os que vivem da ignorância e da alienação são os socialmente bem, e os que oprimem, reprimem, exploram e despojam são sempre os bons, os que merecem ser respeitados e governar para servir-se. E enquanto isso acontece os povos tem feito meios próprios de comunicação pensando formas diversas para que a consciência não seja opacada pela mentira que os capitalistas impõem, usando-os além do mais para fortalecer a organização de baixo, de onde nasce cada palavra verdadeira.
  5. Enquanto a “democracia” representativa dos partidos políticos tem-se convertido numa chacota  à vontade popular, na que os votos se compram e se vendem como uma mercadoria a mais e se manipula pela pobreza na que os capitalistas mantém às sociedades do campo e das cidades, os povos originários continuam cuidando e fortalecendo formas de consensos e assembleias como órgãos de governo nas que a voz de todos e todas se transformam em acordos profundamente democráticos, abarcando regiões inteiras a través de assembleias que versam em torno aos acordos de outras assembleias e estas por sua vez surgem da vontade profunda de cada família.
  6. Enquanto os governos impõem suas decisões em benefício de uns poucos, suplantando a vontade coletiva dos povos, criminalizando e reprimindo aqueles que se oponham a seus projetos de morte que impõem sobre o sangre de nossos povos como é o Novo Aeroporto da Cidade do México, fingindo que consultam as pessoas enquanto impõem sua morte, os povos originários temos os modos e as formas constantes de consulta previa, livre e informada por pequena ou grande que esta seja.
  7. Enquanto que com suas reformas privatizadoras os maus governos entregam a soberania energética do país aos interesses estrangeiros e os altos custos da gasolina delatam a mentira capitalista que só traça caminhos para a desigualdade e a resposta rebelde dos povos indígenas e não indígenas do México, que os poderosos não poderão ocultar nem calar; os povos fazemos frente e lutamos por deter a destruição dos nossos territórios pelo fracking, os parques eólicos, mineradoras, os poços petroleiros, gasodutos e oleodutos nos estados como Veracruz, Sonora, Sinaloa, Baixa Califórnia, Morelos, Oaxaca, Yucatán e todo o território nacional.
  8. Enquanto os maus governos impõem uma alimentação tóxica e transgénica a todos os consumidores do campo e das cidades, os povos Maias mantem uma luta incansável para deter o cultivo de transgénicos na península de Yucatán e em todo o país para conservar a riqueza genética ancestral, que além de tudo significa nossa vida e organização coletiva e a base de nossa espiritualidade.
  9. Enquanto a classe política só destruí e promete, os povos construímos não para governar, mas sim para existir com autonomia e livre determinação.

Nossas resistências e rebeldias constituem o poder de baixo, não oferecem promessas nem ocorrências, mas sim processos reais de transformação radical na que participam todas e todos e que são tangíveis nas diversas e enormes geografias indígenas desta nação. É por isso que como Congresso Nacional Indígena, reunidos neste V Congresso 43 povos deste país, ACORDAMOS nomear um Concelho Indígena de Governo com representantes homens e mulheres de cada um dos povos, tribos e nações que o integram. E que este concelho se proponha a governar este país. E que terá como voz a uma mulher indígena do CNI, ou seja, que tenha sangue indígena e conheça sua cultura. Ou seja, que tem como porta voz uma mulher indígena do CNI que será candidata Independiente à presidência do México nas eleições do ano 2018.

É por isso que o CNI como a Casa de Todos os Povos somos os princípios que configuram a ética de nossa luta e na que cabem todos os povos originários de este país, esses princípios nos que se aloja o Concelho Indígena de Governo são:

Obedecer e não mandar

Representar e não suplantar

Servir e não servir-se

Convencer e não vencer

Baixar e não subir

Propor e não impor

Construir e não destruir

É o que estamos inventando e reinventando não por prazer, mas sim como a única forma que temos de seguir existindo, ou seja, esses novos caminhos tirados da memória coletiva de nossas formas próprias de organização, são produto da resistência e da rebeldia, de fazer frente cada dia à guerra que não para e que não tem conseguido acabar com nós. Dessa maneira no só tem sido possível traçar o caminho para a reconstituição integral dos povos, mas também novas formas civilizatórias, esperanças coletivas que se fazem comunitárias, municipais, regionais, estatais e que estão dando respostas precisas a problemas reais do país, longe da classe política e sua corrupção.

Partindo deste V Congresso Nacional Indígena chamamos aos povos originários deste país, aos coletivos da Sexta, aos trabalhadores e trabalhadoras, frentes e comités em luta do campo e das cidades, à comunidade estudantil, intelectual, artística e científica, à sociedade  civil não organizada e a todas as pessoas de bom coração a unir-nos e passar à ofensiva, a desmontar o poder de cima e reconstituir-nos já não só como povos, mas também como país, desde baixo  e a esquerda, a somarmos numa só organização na que a dignidade seja nossa palavra última e nossa ação primeira. Os chamamos a organizarmos e parar esta guerra, a não ter medo a construirmos e semearmos sobre as ruinas deixadas pelo capitalismo.

É isso o que nos demanda a humanidade e nossa mãe que é a terra, em isto encontramos que é o tempo da dignidade rebelde e que materializaremos convocando a uma assembleia constitutiva do Concelho Indígena de Governo para México no mês de Maio de 2017 e desde este momento estenderemos pontes aos companheiros e companheiras da sociedade civil, os meios de comunicação e os povos originários para fazer estremecer nos seus centros a terra, vencer o medo e recuperar o que é da humanidade, da terra e dos povos, pela recuperação dos territórios invadidos o destruídos, pela apresentação dos desaparecidos do país, pela liberdade de todas e todos os presos políticos, pela verdade e a justiça para os assassinados, pela dignidade do campo e da cidade. Ou seja, não tenham dúvida, vamos com tudo, pois sabemos que temos em frente talvez a última oportunidade como povos originários e como sociedade mexicana de mudar pacífica e radicalmente nossas formas próprias de governo, fazendo que a dignidade seja o epicentro de um novo mundo.

Desde Oventik, Território Zapatista, Chiapas, México

Nunca Mais um México Sem Nós

Congresso Nacional Indígena

Exército Zapatista de Libertacao Nacional.

 

Share

No hay comentarios »

No hay comentarios todavía.

RSS para comentarios de este artículo.

Deja un comentario

Notas Importantes: Este sitio web es de la Comisión Sexta del EZLN. Esta sección de Comentarios está reservada para los Adherentes Registrados y Simpatizantes de la Sexta Declaración de la Selva Lacandona. Cualquier otra comunicación deberá hacerse llegar por correo electrónico. Para evitar mensajes insultantes, spam, propaganda, ataques con virus, sus mensajes no se publican inmediatamente. Cualquier mensaje que contenga alguna de las categorías anteriores será borrado sin previo aviso. Tod@s aquellos que no estén de acuerdo con la Sexta o la Comisión Sexta del EZLN, tienen la libertad de escribir sus comentarios en contra en cualquier otro lugar del ciberespacio.


Archivo Histórico

1993     1994     1995     1996
1997     1998     1999     2000
2001     2002     2003     2004
2005     2006     2007     2008
2009     2010     2011     2012
2013     2014     2015     2016
2017     2018     2019     2020
2021     2022     2023

Comunicados de las JBG Construyendo la autonomía Comunicados del CCRI-CG del EZLN Denuncias Actividades Caminando En el Mundo Red nacional contra la represión y por la solidaridad